Diariamente ouvimos notícias relacionadas a casos de etarismo – preconceito que a pessoa sofre em função de sua idade. Esse tipo de discriminação está cada vez mais presente em diversos setores da nossa sociedade, inclusive no mundo do trabalho. Quando falamos do ambiente corporativo, em específico, pesquisa da Infojobs apontou que 70% dos profissionais com mais de 40 anos já foram discriminados por causa da idade.
No entanto, as empresas deveriam cada vez mais acolher esses profissionais, que devido à sua senioridade, se mostram mais engajados e produtivos. Fatores que impactam diretamente na performance do negócio. Sobre esses aspectos, pessoas mais experientes tendem a possuir diferenciais relevantes como as chamadas competências comportamentais (soft skills). Que são fundamentais para a gestão de pessoas. Estudo da plataforma CareerBuilder indicou que para 77% dos empregadores, justamente as soft skills são tão importantes quanto os conhecimentos técnicos.
Saiba porque sua empresa deve contratar profissionais mais experientes
Então, esses profissionais, além de se comunicarem de forma mais assertiva e empática, também estão mais preparados para gerir conflitos e tomar decisões no ambiente corporativo. Sobre este último ponto, em especial, suas experiências acumuladas ao longo dos anos, lhes permite uma visão mais sistêmica do mundo. Além de tranquilidade para lidar com as adversidades que surgem no espaço de trabalho. Essa é, inclusive, uma característica da chamada Neuroliderança.
Outra característica importante dessa faixa etária é a baixa rotatividade. Diferente dos mais jovens, que tendem a ficar menos tempo no emprego. Uma pesquisa do US Bureau of Labor Statistics, revelou que profissionais entre 55 e 64 anos costumam ficar no emprego, em média, 10,4 anos. Esse número é bem diferente do público entre 25 e 34 anos, que não costuma passar de três anos, em média, na mesma organização. Ainda que carreguem em si todos esses diferenciais competitivos, o mercado não está preparado para acolher esses profissionais. E nem oferece as mesmas oportunidades, como veremos em seguida.
Mercado não oferece mesmas oportunidades para os mais experientes
Falando de Brasil, especificamente, estamos envelhecendo. Pessoas acima de 60 anos já são a maioria em relação ao número de crianças com até nove anos de idade. E a projeção é que esse número possa aumentar ainda mais nos próximos anos. Se em 2018 tínhamos 19,2 milhões de pessoas nessa faixa etária, ou 9,2% do total, a expectativa é que em 2050 a população com 65 anos seja de 66,5 milhões (29,3% do total de brasileiros).
Apesar desse cenário de envelhecimento constante da população, o mercado de trabalho não oferece as mesmas oportunidades para profissionais que já tem mais de 50 anos. Segundo dados da Maturi, uma plataforma de vagas voltada ao público sênior, a média de funcionários nessa faixa etária fica entre 3% e 5%.
Mesmo que afirmem não possuir restrição ou preconceito relacionados ao etarismo, os números indicam um baixo índice de contratação desse público pelas empresas. Diante desse cenário cada vez mais se faz necessária a estruturação de programas com foco na atração desses profissionais. Sobre esse aspecto, as organizações também deveriam eliminar dos processos seletivos restrições de idade e incentivar ainda a formatação de programas de requalificação (para transição de carreira), e mentorias para troca de experiências entre gerações.
Além de possuir programas focados em atrair talentos 50+, a diversidade cognitiva é um dos aspectos que também precisa ser considerado pelas lideranças empresariais na hora de estruturar um time. Um time formado por pessoas com idades (e pensamentos diferentes) tende a ser mais produtivo – abaixo falaremos mais sobre essa questão.
Estimular a diversidade cognitiva também é importante em um time
Por fim, a cultura da diversidade tem ganhado cada vez mais espaço no ambiente corporativo. Inclusive durante os processos seletivos são aplicados testes de perfil comportamental, como forma de avaliar o candidato em diferentes situações que envolver o ambiente de trabalho. Isso porque esse tipo de iniciativa pode se converter em produtividade e inovação, como já falamos em outro texto aqui no blog.
Estudos apontam que organizações comprometidas com a diversidade tem mais chances de obterem melhores resultados financeiros em relação às que não possuem iniciativas nesse sentido. Além disso, empresas onde a diversidade é cultivada, têm até 11% a mais de chance de possuírem funcionários que se sentem confortáveis para se expressarem livremente no ambiente corporativo.
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