Abraham Maslow, o homem que revolucionou a psicologia e a minha forma de vê-lo também

Quando cursei a especialização em Psicologia Transpessoal da Unipaz, vi que haveria um seminário de dois dias (16h) só para falar de Maslow. Naquele momento veio a minha cabeça, “Meus Deus, o que iremos ver em dois dias sobre este psicólogo? A pirâmide das necessidades novamente?”. Confesso que a motivação de me deslocar de Campo Bom até Porto Alegre naquele dia foi a curiosidade e a empolgação dos mestres que iriam ministrar o seminário.

Encantei-me por sua obra e o quanto ele foi o influenciador e um pilar da psicologia transpessoal e da positiva. Sua visão humanista e filosófica permitiram um olhar além dos muros de concreto, penetraram a alma da essência humana em um universo de possibilidades da transcendência.

Convido-te a conhecê-lo um pouco mais, pois o que me foi apresentado na minha formação de Bacharel de Administração foi ínfimo dentro da sua grande obra.

Abraham Maslow teve uma visão enquanto dirigia seu carro. Viu pessoas sentadas ao redor de uma mesa, falando sobre “a natureza humana, o ódio, a guerra e a paz, e a fraternidade.

O mundo vivia o rescaldo do ataque a Pearl Harbor, em 1941, quando o Japão bombardeou a base naval americana no Havaí durante a Segunda Guerra Mundial.

Pensou: “Eu era velho demais para entrar no exército. Foi nesse momento que percebi que o resto da minha vida deveria ser dedicado a descobrir uma psicologia para a mesa de paz. Esse momento mudou toda a minha vida”.

De repente, o psicólogo americano sentiu que “deveria tentar salvar o mundo e evitar as guerras horríveis”.

“Queria demonstrar que os humanos são capazes de algo maior do que a guerra, os preconceitos e o ódio.”

Essa visão foi contada, em 1968, a Mary Harrington Hall, da revista Psychology Today.

Dois anos depois, aos 62 anos, Maslow morreria após sofrer um ataque cardíaco.

Seu legado, afirmam os estudiosos de sua obra, não só perdurou, mas, em tempos de turbulência, é uma fonte de esperança.

Embora seja mais conhecido por sua teoria sobre a hierarquia das necessidades, da qual surgiu a famosa pirâmide de Maslow, há aspectos de seu trabalho que “realmente foram revolucionários”, e o que ele viu foi o potencial humano.

Maslow viveu duas guerras mundiais, tempos de migração em massa, opressão terrível, pobreza esmagadora, mas conseguiu transcender tudo isso e ver algo mais.

Diante do conflito, do ódio, da violência, ele fez uma avaliação realista e disse: ‘Há algo mais. Existem coisas que todos estão ignorando, tanto na psicologia quanto na sociedade, e é que podemos ser pessoas melhores.’

Foi uma perspectiva otimista, uma nova direção.

Maslow apostou em uma abordagem humanista que enfatizou a capacidade das pessoas de “fazer coisas boas no mundo”. Ele acreditava que os seres humanos são, por natureza, bons e bem-intencionados.

Diferentemente de outras correntes, Maslow afirmou que as pessoas agem com base em suas necessidades e motivações e que têm o potencial de crescer e se desenvolver ao longo de toda a vida.

Isso porque teóricos anteriores, especialmente Freud e alguns de seus contemporâneos, acreditavam que o desenvolvimento (da personalidade) basicamente terminava quando se chegava à adolescência. Já Maslow, “na importância de pensar no potencial de crescimento durante toda a vida”.

Enquanto alguns dos primeiros teóricos focavam mais em indivíduos com, por exemplo, neuroses ou problemas psicológicos — o que foi muito relevante —, Maslow se interessava por “as pessoas que estavam se saindo bem”. E que, ao prosperarem, ao perceberem sua criatividade e seu potencial, promoviam não apenas seu próprio crescimento, mas também contribuíam para “fazer o bem no mundo”.

Concentrar-se em pessoas saudáveis como uma forma de compreender o comportamento e otimizar o bem-estar foi uma mudança muito significativa na disciplina.

Maslow defendeu o valor de focar no que está certo na pessoa, em vez de se concentrar no que está errado, escreveu a professora Lachman em um artigo da Universidade Brandeis, dos EUA.

Em 1954, Maslow publicou o livro Motivação e Personalidade, no qual apresentou sua teoria da hierarquia das necessidades, já explorada em 1943 no ensaio Uma Teoria para a Motivação Humana. O psicólogo explicou que, quando nossas necessidades mais básicas — fisiológicas e de segurança — estão satisfeitas, desenvolvemos outras necessidades e desejos que buscamos atender, como o apreço e o reconhecimento.

Em seu trabalho original sobre a hierarquia das necessidades, Maslow não utilizou pirâmides ou triângulos. No entanto, outros pesquisadores acabaram ilustrando sua teoria no formato de uma pirâmide.

No topo dessa pirâmide, está a autorrealização, algo que ele sabia ser muito difícil de alcançar.

Todos temos a capacidade de consegui-la, mas precisamos conseguir transcender nossa situação e nos esforçar para atingir nosso potencial através do autoconhecimento profundo e significativo.

Mas Maslow não estava realmente preocupado com a felicidade; seu interesse estava focado no crescimento pessoal e em sua conexão com nossa capacidade de fazer coisas boas.

Maslow era realista, sabia que nenhum ser humano pode ser perfeito, que todos temos defeitos, mas ele viu a possibilidade dessa sociedade ideal, a eupsiquia.

É um conceito muito importante, porque acredito que os jovens, em parte devido à obsessão com as redes sociais e a internet, estão presos ao momento presente. Mas Maslow era um pensador de longo prazo, focado no que os seres humanos são capazes de alcançar a longo prazo.

Maslow sempre esteve aberto à pesquisa científica, embora haja quem questione o fato de ele não ter apresentado evidências empíricas para sustentar sua teoria.

De fato, alguns cientistas criticaram que, em seus últimos anos, ele se tornou mais um filósofo do que um cientista.

A psicologia positiva, que busca ajudar as pessoas a levar uma vida plena, é uma das disciplinas que mais cresceu nas últimas décadas, e muitos dos esforços mais recentes em psicologia foram baseados no trabalho de Maslow: ele lançou as bases do que chamamos de psicologia positiva.

Esse movimento, inclusive foca em como as pessoas podem viver uma vida positiva e encontrar um propósito. E, ao usar sua própria criatividade e sabedoria, podem ajudar outras pessoas e fazer a diferença no mundo.

Nesse processo contínuo de crescimento que Maslow propôs, há um ponto de partida:

Olhar para dentro de nós mesmos e descobrir o que nos traz uma sensação de alegria, mesmo em pequenos momentos. Que comidas gostamos? Sobre quais temas gostamos de conversar? Que músicas nos fazem sentir mais enérgicos ou felizes? 

O ponto de partida deve ser compreender e conhecer a nós mesmos.

Fonte: msn notícias

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